Após sua quarta tentativa frustrada de chegar à Presidência da República em 2022, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, chegou a afirmar que dificilmente voltaria a se candidatar ao cargo mais alto do Executivo. Na época, demonstrava desânimo e frustração com o cenário político brasileiro, afirmando: “Não fui eu que desisti, fui desistido”. Essas declarações sinalizavam uma possível aposentadoria da vida eleitoral.
Contudo, a poucos meses do início da corrida eleitoral de 2026, o nome de Ciro começa a ressurgir com força no debate político. Pesquisas recentes de intenção de voto revelam que, em cenários onde nem Luiz Inácio Lula da Silva nem Jair Bolsonaro aparecem como candidatos, Ciro lidera ou figura entre os primeiros colocados. Esses números reacenderam a discussão sobre uma possível nova candidatura.
Além disso, Ciro tem mantido forte presença na cena pública. Continua sendo uma voz ativa na crítica aos rumos do governo Lula, especialmente em temas econômicos e institucionais, como a relação entre Executivo e Judiciário. Sua postura firme e seu histórico como gestor eficiente no Ceará ainda rendem respeito de parte do eleitorado mais crítico à polarização entre petismo e bolsonarismo.
Outro sinal de possível retorno à disputa está na reaproximação política com seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB), após um período de distanciamento desde as eleições de 2022. Cid declarou recentemente que não pretende contrariar Ciro em uma eventual campanha nacional, o que indica uma articulação mais sólida dentro do campo político que ambos dominam no Nordeste.
Internamente, o PDT — partido ao qual Ciro é filiado desde 2015 — ainda não anunciou uma posição oficial sobre seu candidato para 2026, mas a legenda vem observando com atenção o crescimento do nome de Ciro nas pesquisas. A cúpula do partido deve aguardar até o início de 2026 para formalizar sua estratégia eleitoral.
Mesmo com o histórico de derrotas, Ciro Gomes segue sendo uma figura singular no cenário político nacional. Seu discurso técnico, direto e nacionalista ainda encontra eco entre eleitores que não se sentem representados pelas principais forças políticas do país. Caso confirme sua candidatura, o ex-ministro pode novamente se apresentar como uma alternativa ao atual quadro polarizado, apostando em uma proposta de renovação com experiência.